COMENTÁRIO JANEIRO | 2019

O mês de Janeiro foi muito positivo para os mercados financeiros, fruto da combinação da forte valorização dos ativos locais e de uma recuperação nos mercados internacionais.

O início do novo Governo foi marcado por algumas confirmações importantes para acreditarmos que podemos estar de fato, diante de um novo ciclo econômico regido por uma nova forma de se fazer política. A prioridade e urgência em se aprovar uma reforma da Previdência, ainda no primeiro semestre, aliada à montagem de equipes nos ministérios baseadas em critérios mais técnicos do que políticos, são apenas alguns exemplos de que a direção está no sentido correto. A participação em Davos foi tida como discreta por parte do presidente, mas a equipe econômica deixou uma impressão positiva e clara que o ambiente para investimentos no Brasil será melhor.

No cenário externo, a mudança de postura no discurso do FED, que deve atuar de forma a dar suporte aos mercados, acompanhando a acomodação de indicadores econômicos (e de preços dos ativos), foi percebida como um fator de melhora do ambiente para investimentos em países emergentes, associada a um enfraquecimento do USD, mas ainda deverá ser a maior fonte de incertezas para os investidores. 

Neste contexto, o índice IBOVESPA subiu quase 11% no mês, o real se apreciou mais de 5% com relação ao dólar, a expectativa de juros futuros e inflação mais baixos por um prazo mais longo também provocou uma valorização nos títulos públicos (ou privados) atrelados à estes indicadores. De forma geral, os fundo multimercados se aproveitaram destes movimentos para capturar valorizações e apresentaram performance robusta em Janeiro. Os fundos de ações por sua vez também tiveram grande valorização, a reboque da alta não só do Ibovespa, mas também pela alta nos índices de ações internacionais.

Natural esperar que as carteiras com uma maior participação de títulos indexados à Inflação, taxas de juros prefixadas mas principalmente com uma alocação maior em fundos multimercados e fundos de ações, tiveram um mês muito bom na performance. O cenário para 2019 parece bastante animador, especialmente analisando o mercado local. Mas não podemos entretanto desconsiderar os riscos vindos de fora, seja pela incerteza sobre a forma como o FED conduz (e comunica) a política monetária nos EUA , seja pela desaceleração contratada da economia chinesa.