30/setembro/2019 | Comentários do mês

 

COMENTÁRIO SETEMBRO | 2019

 

Mais do que uma discreta melhora no – ainda bastante difícil – cenário internacional, setembro foi marcado por uma melhora por aqui, com a nova redução na taxa Selic para 5.5% ao ano e já existe grande chance de experimentarmos, até o final deste ano, 4,75%!  E para vários analistas e gestores, já é real a possibilidade de a Selic atingir 4% a.a. em 2020.

 

O fato é que estamos caminhando de forma rápida, para uma “normalidade” de taxas de juros, por um período que esperamos ser longo. Claro que esta velocidade é fruto do baixo crescimento e inflação sob controle, mas temos que, além de aproveitar esta oportunidade, nos preparar para uma nova realidade que afeta diretamente as decisões de investimento em ativos financeiros.

 

A remuneração do CDI – ou um “percentual” do CDI que gravite em torno de 100% deste indicador – não vai mais satisfazer os anseios de grande parte dos investidores. Trata-se de uma conjuntura que vai provocar decisões de re-balanceamento de carteiras, seja por ativos financeiros com maior risco, ou por ativos reais com menor liquidez, ou ainda uma combinação destas duas opções.

 

Como gestores de patrimônio, temos procurado nos antecipar e nos reposicionar, no caso dos ativos financeiros, no sentido de aumentar gradativamente a exposição a ativos de maior risco, nas classes de multimercados e ações locais, onde acreditamos que há espaço para crescimento de lucros e expansão de múltiplos de boas empresas, apesar da influência negativa que uma desaceleração global possa trazer aos preços dos ativos locais.

 

Nas carteiras de investimento mais conservadoras, as posições em renda fixa prefixada e atreladas à inflação foram bastante beneficiadas pela redução de juros e contribuíram de forma positiva para os resultados em geral.

 

Setembro foi particularmente desafiador para as carteiras moderadas, pois houve grande dispersão de resultados entre os fundos multimercados. Aqueles com maior exposição a ativos locais tenderam a performar melhor do que os que tem apostas em uma piora do cenário internacional.

 

Da mesma forma, carteiras mais arrojadas com fundos de ações também se descolaram bastante do índice Ibovespa, via de regra ficando aquém do índice e até mesmo no campo negativo, por ter posições bastante distintas do Índice – totalmente compreensível e dentro dos mandatos.