COMENTÁRIO FEVEREIRO | 2019
O mês de Fevereiro foi caracterizado por bastante volatilidade nos mercados, principalmente no âmbito doméstico, em função das expectativas sobre a proposta da reforma da Previdência apresentada ao Congresso que, na sua versão original, trouxe um grande ânimo pela sua abrangência e impacto positivo no longo prazo.
Mas como pudemos observar nestes dois primeiros meses do novo governo, a (falta de) coordenação na comunicação e a dúvida sobre o tamanho da influência – e potencial estrago – que os filhos do presidente tem no governo, coloca em cheque a habilidade e condição de negociação política para aprovar temas tão importantes como a reforma da previdência e o pacote das medidas de segurança pública, nos próximos meses.
Com o Ibovespa caindo 1,86% e o real se desvalorizando 2,37% no mês, os fundos com posições compradas em bolsa e na moeda local sofreram, ficando no campo negativo na maior parte dos casos, devolvendo um pouco dos bons resultados de Janeiro. Já os fundos multimercados macro com posições mais concentradas em ativos internacionais tiveram melhores resultados. Cabe ressaltar a importância de ter ativos diversificados nas carteiras, inclusive com alocação global, para reduzir o risco de ficar exposto apenas ao mercado local.
As carteiras mais concentradas em ações e multimercados, portanto, mais expostas aos ativos de risco locais, tiveram dificuldade para acompanhar o CDI no mês.
Os mercados geralmente exageram suas reações, sejam elas positivas ou negativas. Fato é que, na tentativa de compreender as informações disponíveis para incorporá-la nos preços dos ativos, muitas vezes percebemos que os ruídos trazem mais volatilidade e se sobrepõe aos próprios fundamentos. A impressão que temos é que vamos continuar experimentando períodos semelhantes, dominados por ruídos.