COMENTÁRIO MARÇO | 2019
Em Março, tivemos novamente um mês com bastante volatilidade principalmente no mercado local. A discreta perda de 0,18% não refletiu o tamanho das oscilações que o IBovespa sofreu ao longo do mês, especialmente nas últimas semanas. O índice chegou a bater a máxima de 100 mil pontos, voltou para 92 mil e fechou próximo de 95 mil. O real também sofreu bastante frente ao dólar, que terminou o mês valendo mais de R$ 3,90 se desvalorizando mais de 4 %.
A “queda de braço” entre os poderes legislativo e executivo acerca da aprovação e tramitação da reforma da Previdência foi ruim para todos, pois enfraquece a capacidade do governo de obter o esperado impacto de R$ 1.1 trilhão nos próximos anos. Os mercados especulam e procuram antever qual seria a redução deste valor em razão das dificuldades de articulação e aprovação da proposta original. Por enquanto, muito ruído. Mas já se foram três meses desde o início do novo governo e, na nossa opinião, não há mais espaço para erros grosseiros de articulação política. O tom de apreensão do mercado pode virar mau humor muito rapidamente.
No mercado internacional, o mês foi positivo para os ativos de renda variável e também de renda fixa, ainda fruto da adequação às políticas monetárias mais acomodatícias adotadas recentemente pelos principais bancos centrais.
As carteiras de investimento com maior exposição a riscos no mercado local sofreram com a volatilidade, mas curiosamente pudemos observar uma grande dispersão nos resultados de fundos multimercados e também em fundos de ações. Até em fundos de mesma estratégia – ou “mandato” – foi possível identificar resultados contrários. Por este motivo, recomendamos não tomar decisões baseadas em resultados de curto prazo, que podem ser distorcidos em momentos de maior volatilidade. Investir é sobretudo, um exercício de paciência e acompanhamento de estratégias de longo prazo.